O choque cultural - no retorno.

Finalmente! As principais dificuldades de adaptação no novo país e no novo ambiente já foram superadas, você já até se sente um nativo do lugar de destino e... retorna ao Brasil. Este post trata de um assunto que dificilmente é pensado na programação de um intercâmbio: a readaptação.

A volta pra casa é o último estágio de um intercâmbio cultural, porém não põe um ponto final ao aprendizado.

Independente do período em que um você fica fora do país, a readaptação à velha rotina pode ser até mais complicada do que os primeiros dias de intercâmbio. Isto é natural porque o contato com a própria cultura agora é filtrado pela experiência adquirida no exterior e as comparações passam a ser inevitáveis.

Não é só a readaptação com o fuso horário que mexe com o corpo. Ao retornar, vários sentimentos se misturam: o alívio de estar de novo em casa, a alegria de rever família e amigos, além de confusão por ainda não ter conseguido absorver tudo que passou. Volta-se rapidamente aos velhos costumes, mas tudo parece meio estranho e uma música que poderia traduzir os primeiros dias de volta é aquela que diz “mudaram as estações, nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu, está tudo assim, tão diferente”.

Aos poucos se coloca o assunto em dia, porém, nas reuniões de amigos, percebe-se que várias coisas acontecerem enquanto esteve longe e é difícil interagir nas conversas. Além disso, outro fato o dificulta a interação: você sente que amadureceu mais do que os amigos que não viajaram e quer compartilhar suas experiências com eles, mas estes não se importam tanto com acontecimentos que não vivenciaram. Passa então a se sentir de certa forma ‘superior’ e isolado, pois ninguém entende como você está mudado.

Outra prática comum é a comparação das condições de vida e dos desafios do Brasil e do país visitado. Alguns serviços básicos como saúde, educação e transporte passam a ser questionados e acredita-se que quase tudo no exterior é melhor que na terra natal.


But don’t panic! Nem tudo é espinho. Estar de novo em casa é sempre ótimo e, passados estes choques iniciais, vem um dos maiores aprendizados, que é o de conciliar e conviver com as diferenças entre as duas realidades, se tornando definitivamente um cidadão do mundo: em paz com todas as culturas, inclusive com a própria.


Equipe Cypress Intercâmbio
Bibliografia: HANSEL, Bettina. The Exchange Student Survival Kit. 2ª Ed. 2007

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