Muitas maneiras de falar “americano”


Washington – Quando você encontra americanos, você consegue 
identificar de qual parte do país eles são simplesmente por ouvi-los? Ou, se alguém lhe pedir para imitar um americano, você tentaria soar como se você fosse do Texas, do sul da Califórnia ou de algum outro lugar? Provavelmente seria um sotaque que você ouviu em um filme ou programa de TV e não o que você aprendeu na sala de aula.

O sotaque americano que a maioria dos falantes não nativos aprendem é apenas um entre muitos usados diariamente por todo Estados Unidos. Conhecido como “americano comum” (GenAm), é o mesmo sotaque que se ouve no noticiário, rádio nacional, filmes e outras mídias onde os oradores não querem chamar atenção para sua origem.

O GenAm tem suas origens na Pensilvânia, em Ohio e em outras áreas que compõem o “Cinturão da Ferrugem”, e acompanhou os colonos em direção ao oeste através do Centro-Oeste até a Califórnia e o Noroeste do Pacífico. O surgimento do rádio e da televisão no século 20 levou os meios de comunicação a investigar qual sotaque americano parecia o mais “neutro” ao público e, portanto, seria entendido pelo maior número de pessoas.

Embora a maioria dos americanos possa facilmente identificar um sotaque sulista ou da Nova Inglaterra, por exemplo, GenAm tornou-se o padrão nacional, apesar de os falantes nativos estarem confinados a uma pequena área do Centro-Oeste.

A maioria dos americanos cresce falando da mesma maneria que seus pais e vizinhos, mas às vezes eles adotam características de linguagem mais comuns para soar menos regional ou melhor educados. Por exemplo, como uma criança de forte origem do Meio-Atlântico, eu já pronunciei a capital dos EUA como “Warshington” e a cidade vizinha de Baltimore como “Bóudimer”. Meu avô, nascido na Virginia, também se esforçou para perder o sotaque sulista quando se mudou para Nova York, porque sotaques regionais muitas vezes atraem percepções sociais tendenciosas sobre a pessoa.

INGLÊS BRITÂNICO VERSUS AMERICANO


Mapa dos EUA mostrando onde o inglês americano comum é falado (M0tti)
Todos os americanos têm algum tipo de sotaque. Nativos de uma área relativamente pequena no Centro-Oeste estão mais próximos do padrão conhecido como “americano comum”.
Como os Estados Unidos, o Reino Unido tem sua própria diversidade de sotaques regionais, e adotou um padrão conhecido como “pronúncia recebida” (RP) que é ouvido na BBC e outras agências de notícias nacionais. Se você está aprendendo o inglês britânico, provavelmente está aprendendo o RP, que se difundiu a partir do sul da Inglaterra entre as elites nos séculos 18 e 19.

Uma notável diferença é o uso americano do “a” [bemol], assim a palavra “dance” não soa como “dâns”. Talvez a diferença mais facilmente identificada entre a RP e o GenAm é a pronúncia da letra “r” em algumas palavras, que foneticistas chamam de rotacismo. Por exemplo, um repórter americano vai pronunciar o r em “hard”, mas no noticiário britânico vai soar mais como “hahd”.




Alguns sotaques americanos, especialmente no Sul, Nova Inglaterra e Nova York, onde cidades portuárias mantiveram estreitos laços comerciais com a Inglaterra, juntaram-se aos seus colegas britânicos em deixar cair o som do r, mas americanos dos séculos 18 e 19 vivendo no território continental, muitos dos quais eram imigrantes da Escócia, Irlanda ou norte da Inglaterra onde o r é pronunciado, mantiveram o rotacismo no sotaque.

De fato, na época da Revolução Americana, a língua inglesa sendo falada em ambos os lados do Oceano Atlântico era o rótico. Apesar de muitos filmes que mostram colonos americanos falando com um moderno sotaque britânico, foi somente após a independência dos EUA que se tornou moda deixar de pronunciar o r em lugares como Massachusetts e Carolina so Sul.

O ator inglês Hugh Laurie, famoso por seu papel na série de TV House, descreveu os r’s e l’s americanos como “demônios gêmeos para qualquer um tentando fazer um sotaque americano”. Em uma entrevista de 2012 com o National Public Radio, ele disse que se aquece para o seu personagem praticando a palavra “really”. O sotaque de Laurie é tão bom que dizem que o produtor-executivo de House não sabia que ele era inglês quando fez o teste.

Além de ajudar a preservar o som do r, a fala americana também menteve várias palavras e expressões que não são mais usadas no Reino Unido. Por exemplo, os americanos continuam a usar “mad” para “angry” [bravo] e “fall” para “autumn” [outono].

Graças aos filmes, música, programas de TV e outras mídias americanas, os sotaques americanos estão se tornando mais comuns aos falantes não nativos do inglês. Alguns dos exemplos mais famosos de dilatetos regionais vieram de políticos dos EUA. Compare o sotaque da Nova Inglaterra do presidente John F. Kennedy com o estilo de falar sulista do presidente Bill Clinton, nascido no Arkansas. É claro que os dois homens, como a maioria dos americanos, devem ter crescido pensando que não tinham nenhum tipo de sotaque!


                                                                                                                Fonte: www.iipdigital.usembassy.gov
Equipe Cypress Intercâmbio Cultural =)

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